Que relação existe entre as duas doenças mais debatidas nos meios de comunicação deste século? A verdade é que existe uma influência mútua entre estes dois distúrbios: as pessoas obesas têm maior probabilidade de sofrer de depressão do que o resto da população; por outro lado, as pessoas deprimidas têm maior probabilidade de engordar e tornar-se obesas do que as que não sofrem deste transtorno.
À medida que uma pessoa engorda e assiste às transformações por que o corpo passa, tende a sentir-se menos saudável e insatisfeita com a sua aparência, o que potencia o aparecimento da depressão. No caso das mulheres e das pessoas das classes sociais mais altas, esta correlação é ainda mais significativa.
A depressão acarreta, entre outras consequências, alterações fisiológicas ao nível hormonal e imunológico, capazes de alterar o peso e a imagem corporal. Além disso, o desinteresse generalizado e a desmotivação, sintomas “clássicos” da doença, podem levar o doente a uma vida mais sedentária, sem exercício físico ou cuidados com alimentação, ou até conduzir a distúrbios alimentares que incluem o excesso de comida.
Não é com certeza por acaso que os técnicos que acompanham os doentes com depressão recomendam vivamente a prática regular de exercício físico. Além dos efeitos directos no peso corporal, este hábito ainda pode ser responsável pela redução do stress, ou seja, os benefícios são físicos e psicológicos.
O tratamento da obesidade também deve incluir um olhar atento à componente psicológica. Como na generalidade dos casos as pessoas optam por fazer dietas sem acompanhamento médico, os riscos associados à sua saúde física e emocional crescem exponencialmente e os frutos tendem a ser mínimos.
Importa ainda esclarecer que, ao contrário do que muitas vezes é veiculado, a medicação antidepressiva não produz, por si, o efeito de engordar. Qualquer alteração de peso que possa resultar dessa prescrição é minimizada com a prática regular de exercício físico.
Texto retirado de: A Psicóloga, por Cláudia Morais
Depressão & Obesidade
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1 comentário:
Olá anselmo,
Em relação ao artigo, quando se diz que os medicamentos por si só não engordam, não sei se é bem assim, pois, não alterando hábitos alimentares nem de exercícios, durante a minha depressão aumentei imenso de peso (cerca de 30 kg).
Daí se pode concluir que se a única coisa que alterei foi a medicação, se calhar esta influencia em algo...
Beijokinhas doces e boa continuação de "aleveração" (eu sei que não existe, mas enfim...) ;)
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