Viver em Sociedade: Sexualidade


“A verdadeira educação sexual é a educação da capacidade de amar.”
Muller

Olá a todos!  Esta semana falarei de um tema que a todos diz respeito mas que ainda hoje é considerado tabu. Dele posso dizer que todos fazem, todos falam e quem não fez sempre anseia por fazer: sexo! Tão natural como qualquer outra coisa, é ainda hoje tema tabu nas escolas, na rua, em casa e até mesmo onde quer que se debata. 
A verdade é que muitos jovens cometem erros na hora de iniciar uma relação sexual, que passa muitas vezes pelas noções básicas que se deve ter, tais como colocar um preservativo ou tomar a pílula. Se o primeiro pode até ser mais fácil de aprender, o segundo já não tanto. Não basta tomar os comprimidos quando se tem relações, há que tomá-lo sempre a partir do momento em que se inicia uma vida sexual activa, mas para melhor explicações nada melhor que um especialista na área de planeamento familiar.
Mas sexualidade, como é vista pela grande maioria, não se reduz apenas ao simples acto de ter relações e praticar, freneticamente, sexo. Não! Sexualidade passa por ser muito mais do que isso. Desde as modificações do corpo, os sentimentos de afectividade e desejo pelo corpo masculino ou feminino, as atitudes e comportamentos respeitante às relações existentes com o outro, a aceitação, respeito e compreensão, tudo é sexualidade.   
Não se pretende, contudo, tornar a temática libertina quando se fala nela, nada disso. O que se pretende é que haja uma abertura instintiva e gradual para que se fale no tema com naturalidade. A falta de diálogo sobre o tema só faz com que simples dúvidas se transformem em grandes problemas, afastando por vezes as pessoas do grupo de amigos por não se sentirem à vontade em falar. Por vezes, uma das consequências da falta de informação útil é a precipitação e promiscuidade do acto sexual. De tanto querer saber, acaba-se por experimentar.
Falar abertamente de sexo desde os primeiros anos de vida é o mais aconselhado, mas claro, falar com conta, peso e medida, tentando sempre ajudar e não prejudicar.
Pretende-se essencialmente desenvolver uma atitude positivista relativamente ao sexo, em que seja possível:
- Aceitar as mudanças fisiológicas e emocionais próprias da sua idade;
- Aceitar a sua identidade sexual e da dos outros;
- Reconhecer a importância da componente afectiva na vivência da sexualidade;
- Prevenir face aos riscos da saúde sexual;
- Aceitar o direito de cada pessoa decidir sobre o seu próprio corpo.
Actualmente a sexualidade é vista pelos jovens única e exclusivamente como uma forma de prazer, que a transformam em sexo por sexo, ou seja, sem sentimentos, sem paixão, sem amor, em algo que se limita ao prazer físico, do corpo. Essa ideologia está a banalizar o assunto e tudo o que a envolve, diminuindo a sua importância e o peso que tem. 
Sexualidade é no fundo uma descoberta de quem somos. A descoberta do corpo, de sentimentos, de novas sensações, de tudo o que diz respeito a nós e a uma relação. É verdade que a prática de sexo não tem necessariamente de envolver todos estes sentimentos, mas sem eles será apenas sexo.
Ainda há muito por fazer no que toca à temática do sexo, por isso, depois desta pequena introdução ao que é pretendido quando se aborda o tema, é provável que surjam textos mais aprofundados e explicativos sobre o mesmo.


Anselmo Oliveira

3 comentários:

Andy disse...

amo tratar desse assunto, inclusive foi tema da minha monografia ao final de minha faculdade.
achei super pertinente tudo que vc colocou, encaro tudo com muita naturalidade e ajo com meus filhos dessa forma também, mostrando os porquês, as responsabilidades, o respeito com o outro em um ato sexual e consigo mesmo, tenho uma relação muito bacana com eles por ser assim, mas sofro muito, pois meu marido é o oposto e acha tudo pudoroso e me acusa de achar tudo natural, me chamando de moderninha e com essa atitude ele acaba afastando e perdendo a confiança dos filhos.
Parabéns pelo post.
bjus

Amanda Pinheiro disse...

pra mim, esse assunto é um dos melhores, não sei se é JUSTAMENTE por ser um TAbu pra muitas pessoas, eu adoro responder perguntas sobre o assunto, e o que eu nao sei, quero aprender, beijos e tudo de bom, parabéns pela matéria

Beth disse...

Primeiramente, parabéns pelo comportamento bacaninha no que se refere à R.A. (li no post passado), continue firme!
Depois, parabéns pela abordagem no seu blog de um assunto que deve ser tratado assim, com muita naturalidade, com leveza e sem muito lero-lero. Quanto mais as pessoas (cada vez menos, ainda bem) encaram este tema de uma forma inadequada, com crenças equivocadas, como um tabu mesmo, mais isto as afasta de algo que é simples, gostoso, faz parte da vida da gente, saudável e tudo mais.
Felizmente, embora eu seja mais madura, já com 53 anos, nunca tive nenhuma privação de informação, sempre encarei este segmento da vida com bastante interesse, mas de forma natural.
Adorei a sua iniciativa em trazer para cá. Beijo grande, ótima semana!

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