Nem todos os obesos são iguais


O aspecto físico de distribuição de gordura em obesos apresenta óbvias diferenças entre homens e mulheres. Os homens tendem a acumular gordura no abdômen, com pouca adiposidade nos glúteos e nas pernas (obesidade tipo maçã), enquanto boa parte das mulheres concentra o tecido adiposo no abdômen inferior, coxas e glúteos com o formato tipo pêra. Essas observações já têm algum tempo, mas com o passar dos anos, notou-se que esta distribuição padrão de gordura, de acordo com o sexo, não era uma regra. Muitas mulheres têm gordura abdominal proeminente com manto gorduroso minimamente glúteo-femural, assemelhando-se à obesidade andróide. Alguns homens gordos podem, também, ter distribuição feminina de gordura. 

Assim chegamos ao final do século 20 com a noção de que a obesidade predominantemente abdominal é a mais perigosa. Isto porque exames radiológicos sofisticados (como a tomografia abdominal) mostraram que os pacientes com barrigas enormes acumulam apreciável volume de gordura visceral, isto é, entre as alças intestinais. Esta gordura visceral é muito perigosa pois gera lipoproteínas (gordura associada com proteína) que podem acelerar e induzir placas de colesterol nas artérias, invadem o fígado, fazendo-o ficar cheio de gordura (esteatose hepática) e causam resistência à ação da insulina. A insulina embora presente na circulação tem dificuldade em agir no músculo, no sentido de induzir a glicose circulante a penetrar na massa muscular.

O conceito da Síndrome Metabólica 

Todos os fenômenos explicados acima já eram observados pelos endocrinologistas. Mas este conjunto de alterações, no decorrer do tempo de vida do paciente, levava, com enorme freqüência a morbidades perigosas como hipertensão arterial, excesso de colesterol e respectivos derivados no sangue, propensão para apresentar diabetes, e presença de esteatose hepática (fígado gorduroso) com sinais de que o fígado não comportava tanta gordura no seu interior. 

Portanto os pacientes com este conjunto de alterações foram classificados como portadores de Síndrome Metabólica, um rótulo que tenta reunir em dois vocábulos todo um conjunto de alterações no metabolismo do açúcar (glicemia), da insulina, do colesterol e suas conseqüências. Neste ponto os cardiologistas começaram a observar que os portadores da famosa obesidade abdominal apresentavam uma alta prevalência de fenômenos de insuficiência das coronárias - as artérias que nutrem o músculo cardíaco. O "entupimento" de uma artéria coronária pode levar a dor aguda no peito (angina pectoris) e, progressivamente, levar a sinais de que pouco oxigênio está chegando ao músculo cardíaco (insuficiência coronária). Deste conjunto de sintomas ao infarto é um curto espaço de tempo.

Como é feito o diagnóstico
 

Todos esses sintomas e sinais são fruto de observação clínica, do exame cuidadoso do paciente e de exames laboratoriais de rotina que indicam elevado nível de colesterol, talvez glicemia um pouco alta, insulina plasmática acima do normal, fígado gorduroso etc. No início de todas estas alterações o coração pode estar pouco afetado e ter apenas algum problema com a pressão alta. Mas faltava aos médicos um tipo de exame específico que confirmasse a presença da Síndrome Metabólica. 

Muito recentemente pesquisadores da Universidade de Harvard, em Boston, mostraram que uma proteína chamada Proteína Carreadora do Retinol-4 (ou em inglês Retinol-binding protein 4 ou RBP-4), produzida por células adiposas abdominais encontra-se muito elevada na circulação dos obesos com resistência à ação de insulina. São os obesos tipo maçã, geralmente com cintura proeminente, altos valores de colesterol e triglicérides na circulação e queda do colesterol "bom" isto é, do HDL colesterol. Com o resultado desta pesquisa podemos agora diagnosticar com maior precisão os obesos que têm Síndrome Metabólica e que potencialmente apresentam maior risco para doença coronariana, pois todos apresentam níveis elevados de RBP-4.

O que fazer para manter-se saudável 

A redução do peso, mesmo que não seja nenhuma maravilha (cerca de 10% do peso corporal), a realização de exercícios aeróbicos, todos os dias, de forma leve, porém sistemática, a queda da resistência à ação da insulina, conduziram à significativa redução da concentração de RPB-4 no sangue, levando à menor prevalência de diabetes e, sem dúvida, à menor risco cardiovascular. Portanto: perca peso e faça exercício antes que as coronárias "fiquem entupidas". Mantenha o nível circulatório de RBP-4 dentro de valores normais.

3 comentários:

Beth disse...

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Mas o que você merece mesmo é parabéns, muitos parabéns, pelo comportamento bacana nas festas. Então resistiu bem mesmo ao chamado dos doces, das guloseimas, que coisa bacana! Assim, ninguém segura mesmo, vai arrasar no emagrecimento, está se reeducando verdadeiramente!
Continue firme, viu?
E parabéns também pelas mudanças nas roupas, é tão bom começar a reduzir o manequim não é?
Um abração, sucesso sempre!
Beth
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